quinta-feira, 26 de maio de 2011



Aquela nuvem parecia uma baleia. Bem ao estilo Moby Dick, uma daquelas imagens que vemos quando crianças e ficam guardadas na memória. Como quando você sente o cheiro de algodão doce e lhe vem à mente aquele dia de primavera no parque. Foi assim. O céu estava claro, de um azul límpido, pela primeira vez depois de muitas semanas de chuva, e aquela nuvem solitária pairava numa paz imperturbável. Instantes depois, um vento brincalhão, sem nenhuma intenção maldosa, só uma brisa suave levantando meus cabelos, e aquela baleia se foi. Era uma vez uma baleia. Um sopro do destino, um retoque do azar. Acabou. 

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