Piercing

segunda-feira, 27 de junho de 2011


"o presente não devolve o troco do passado
sofrimento não é amargura
tristeza não é pecado
- lugar de ser feliz não é supermercado"


Feliz Dia dos Namorados!!

domingo, 12 de junho de 2011

12 de junho. Dia dos Namorados . E o que vemos pelas ruas são garotas preocupadas com o melhor presente, garotos tentando escolher algo que agrade a parceira, casais trocando presentes. Todos se reconciliam, esquecem as brigas e mágoas, vivem felizes para sempre. Que romântico! Até parece que sim. Mas esse ‘sempre’ dura um ou dois dias. Passado o ambiente de romantismo, volta a intolerância, o ciúme exagerado, a desconfiança, as brigas. Todos os ressentimentos do passado, esquecidos durante aquele dia, voltam com a mesma intensidade de antes. Os presentes ficam guardados na gaveta. Afinal, do que serviu o Dia dos Namorados? Para encantar os corações dos apaixonados? Para deprimir as solteiras? Deveras fosse. A única e exclusiva função dessa data é movimentar o comércio. Quem você acha que foi o maior beneficiado? Quem, afinal, teve a brilhante ideia de comemorar um relacionamento, no qual as pessoas sentem-se obrigadas a presentear o parceiro? As empresas, meu bem. Os chefões do capitalismo. Diga-me, qual a diferença desse dia? O sol está mais próximo da terra? A lua está mais brilhante? O céu está mais límpido? Os seus bosques tem mais vida e sua vida, mais amores?  Que nada! Qual é, afinal de contas, a diferença? Responda-me, o que acontece de diferente?! Você gasta mais dinheiro. Seu namorado gasta mais dinheiro. Os casais gastam mais dinheiro. As empresas ganham mais dinheiro. O capitalismo ganha mais força. Capital de giro, é assim que eles chamam, talvez. Essa é a capitalização do sentimento. E você ai, sentindo-se rejeitada porque suas amigas compraram presentes, você sentindo-se mal-amada porque seu namorado não te deu algum presente. Comemore! Não caiu na teia dos cartéis. Mas você é tão tola que não consegue enxergar. Vê tudo através de lentes coloridas, vermelhas, que é a cor do amor. Não vê a ridicularização dessa troca de presentes. É tudo história do capitalismo! É tudo papo furado! Não tem nada de romântico nessa data. Nada. É só mais um maldito dia, mais um fodido feriado, como aquele em que você presenteia sua mãe, que você tem vergonha de apresentar aos amigos; presenteia seu pai, que te faz pagar um mico quando te leva na escola; presenteia suas crianças, as quais você espanca como forma de educação; presenteia sua avó, que você só visita para pedir dinheiro. São todos dias fodidos. Todos.

Dhay Souza

quarta-feira, 1 de junho de 2011


Ultimamente um novo clichê foi disseminado: o falso moralismo. Exatamente, a hipocrisia chegou ao único reduto que conseguira manter-se intacto: a moral. Principalmente, esse ódio comum aos Estados Unidos. Essa paixão pelo socialismo, aprofundado na época da faculdade. Lá todo mundo é comunista, todos querem o bem geral da nação. Marx ficaria decepcionado se pudesse visualizar suas frases célebres em subnicks do Messenger, nas Sortes de Hoje do Orkut. Inútil tecnologia, veja o que fez! Espalhou ideologias, semeou ideias, tão infundadas! Foi você, tecnologia, a principal arma do capitalismo, foi a partir de você que ele pôde exercer sua soberania e mercantilizar as ideias anarquistas! Todos são fãs de Che, conhecem citações do Renato, Raul e Cazuza, são adeptos do estilo de Bob. Pergunta: quem segue suas ideologias? Outra pergunta: por que gostam das suas ideias? Porque tá na moda.  É cool vestir uma camiseta do Che, é cool usar pulseira do Bob. Todos vocês gostam deles, acham que foram caras legais, sabem duas ou três frases, mas chegam na esquina e xingam o primeiro cristão que lhe pisar o pé. Não se importam com o futuro da nação. Detestam a potência, mas consomem, involuntariamente, pois há virou hábito, seus produtos industrializados. Terceira pergunta: o que você come quando vai ao shopping? Coca-Cola e McDonald’s. Não! Nem gosto de Coca-Cola, nem do McDonald’s. Eu só bebo Pepsi e como no SubWay ou no Burguer King. Parabéns! Você resiste aos chefes do consumismo, mas não está imune a ele. Ótimo exemplo de revolta: Pepsi e Burguer King. É assim que manifesta seu protesto? Que diferença faz a marca registrada? No fim, é tudo a mesma merda. Todos eles, todas essas lojas, são todas iguais. Todas. E você pensa que é o tal porque não consome Coca-Cola e Mc Lanche Feliz. Pense na cena: você todo do contra, com uma bela camiseta do Che comprada naquela multinacional, sentado na praça de alimentação com uma bandeja do Habbib’s e um copo de 500mL de Pepsi. Muito bem! Está honrando seus ideais!
Assim caminha a juventude. Cheia de falso moralismo, de falso idealismo. Estamos todos contaminados por esse mal inexorável. Não condeno que seja consumista, longe disso. Afinal, é o carro chefe do mundo. O que seria de nós não fossem os tablets e IPhones? Mas o que não pode é fingir que é contra isso, posicionar-se à esquerda, declamar uns ais de revolução, e ficar por isso mesmo. De que adianta palestrar sobre a Geração Coca-Cola do Renato se o que você, no fundo, quer é esse dinamismo, esse consumo. E sei que você quer. Não precisa mentir, você gosta de tudo isso. Mas diz que não. Porque é cool não gostar. E você assume que não, mas seus atos mostram o contrário, eles lhe traem e exibem suas verdadeiras vontades. Hoje vamos assim, de IPhones conectados – dar as mãos é obsoleto -  representando a hipocrisia do falso moralismo. Vamos você também, ficar de fora é démodé