sábado, 2 de abril de 2011

E hoje, mais do que nunca, preciso de uma overdose. Não importa do que, mas algo que mexa com meu cérebro e me desligue do mundo. O sono é um bom caminho, mas lá vem os sonhos para me despertarem e lembrarem-me. E depois do sono, a realidade ainda continua lá, tangente e aguda. Quero alucinógenos, quero excesso, quero tudo que me deixe sem nada. Sem emoções, sem lembranças, sem mágoas. Quero uma boa dose de cocaína, só hoje. Quero voar dentro do apartamento. Quero elefantes e cobras. Quero cogumelos coloridos. Quero visões psicodélicas. Preciso desse momento. Preciso extravasar. Hoje, mais do que nunca. Hoje, depois de tudo, não há mais nada a ser feito, e tanta coisa para fazer. E tanto, e tantas, e tudo. E sempre, e forte, e dor. Cansei de você, cansei delas, cansei de mim. Cansei de fazer o que não quero. Cansei de obedecer, cansei de atender. Quero nada. Quero vazio. Quero a alegria que há tempos fugiu. Quero o vácuo, melhor do que tenho aqui dentro. Quero a overdose que me liberte de mim mesma. E hoje, mais do que nunca, preciso ser liberta.


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