Odiava esse vazio. Odiava esse mundo vazio, essa vida vazia. Vazia de emoções, de prazeres. Odiava sua rotina. Precisava de algo que a satisfizesse, algo que preenchesse sua alma com a euforia e virilidades dos prazeres carnais. Então procurou. Saiu da mesmice e procurou em todos os lugares sua fonte de diversão. Nada. Não encontrou. Mas não desistiu. E sua busca insana foi recompensada. Tudo era vazio, até o dia em que experimentou aquele líquido vermelho, quente, pulsante. Nem o mais longo dos orgasmos comparava-se com aquilo. Cada terminação nervosa de seu corpo entrava em combustão quando o sangue humano encontrava-lhe os lábios. E não parou. Viciou-se. Vez em quando seguia para uma estrada meio deserta. Ficava horas esperando algum motorista suculento atravessar-lhe o caminho. Claro que todos paravam. Ela era sexy e sedutora. E, por mera coincidência, a alça de seu vestido caia, revelando parte do colo protuberante. Arrastava-os para floresta e os deixa fazerem seu trabalho. Ficavam mais saborosos com adrenalina nas veias. Divertiam-se tanto, coitados, até que sua unha do indicador perfurava-lhes a aorta, e o cheiro de sangue escuro, quente e doce inundava-lhe as narinas. Embebia-se naquele sumo dos deuses, mas não satisfeita, chegava à fonte. Arrancava-lhes o coração e devorava-o. Estremecia, estava em êxtase. Lavava-se no rio, e recomeçava sua caçada. E assim seguia com seu desfrute.
((Dhay Souza
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